o caminho da europa: escolher aquilo em que acreditamos
Projecto de Design de Comunicação V

Entre o negro de uma ausência e o branco que intui uma exterioridade radical à experiência do quotidiano mas que se recusa nomeá-la, estendem-se os símbolos e os gestos da nossa diversidade. Noutra sequência os locais de meditação e culto, onde, muito etimologicamente, a largura da vida se cultiva. Cada rectângulo uma convicção, um espaço, um símbolo que a condensa, um gesto que lhe dá forma.

Entre a descrença aberta sobre o negro e o branco da crença num divino não representado (o deus dos filósofos, como se escrevia há um século), a sequência desenrola-se como se fosse um caminho. Cadaconfissão uma pertença. Cada pertença uma pedra na calçada multicor de que a Europa é feita. Em cada particular, um passo universal. Em cada religião, ou na sua ausência, uma face da nossa humanidade. Ser europeu é viver e fazer essa liberdade. Nenhuma vista sobre o mundo toma sobre as outras primazia.

Ateus, cristãos, hindus, budistas, judeus, muçulmanos, agnósticos, identidades múltiplas que se entretecem na memória europeia. Valorizar a sua diferença, acolher em cada uma um pouco de nós próprios, cultivar a tolerância e o diálogo, construir no que eventualmente nos separa uma cultura mais cheia e colorida, é o próprio caminho da Europa. Ou seu sonho, neste tempo difícil.